Dinâmica Econômica

Nota Metodológica

Intensidade Tecnológica e Inovação Tecnológica

Intensidade Tecnológica

A taxonomia por Intensidade Tecnológica adotada nesses indicadores foi apresentada por Galindo-Rueda e Verger na publicação OECD Science, Technology and Industry Working Papers 2016/04OECD Taxonomy of Economic Activities Based on R&D Intensity.

Nesse trabalho, os autores propõem uma nova classificação das atividades econômicas com base em sua intensidade tecnológica, definida como a razão entre dispêndios em P&D e valor adicionado. As atividades econômicas manufatureiras e não-manufatureiras são agrupadas em cinco grupos de intensidade (alta, média-alta, média, média-baixa e baixa), a partir de evidências da maioria dos países da OCDE e de economias parceiras.

As estatísticas e indicadores apresentados neste bloco referem-se às atividades econômicas classificadas nos grupos de alta e média-alta intensidade tecnológica, sob três óticas: valor adicionado; comércio exterior; e emprego. No caso do comércio exterior, só se consideram as atividades manufatureiras classificadas nesses dois grupos.

Setores com Alta Intensidade de P&D

  • Fabricação de produtos farmacêuticos básicos e preparações farmacêuticas (ISIC 21)
  • Fabricação de computadores e de produtos óticos e eletrônicos (ISIC 26)
  • Fabricação de aeronaves (ISIC 303)
  • Pesquisa e desenvolvimento científico (ISIC 72)
  • Publicação de software (ISIC 582)

Setores com Média-Alta Intensidade de P&D

  • Fabricação de armas e munições (ISIC 252)
  • Fabricação de veículos automóveis, reboques e semi-reboques (ISIC 29)
  • Fabricação de instrumentos e suprimentos médicos e odontológicos (ISIC 325)
  • Fabricação de máquinas e equipamentos (ISIC 28)
  • Fabricação de produtos químicos (ISIC 20)
  • Fabricação de equipamentos elétricos (ISIC 27)
  • Fabricação de locomotivas e material circulante (ISIC 302)
  • Fabricação de veículos militares de combate (ISIC 304)
  • Fabricação de equipamentos de transporte (ISIC 309)
  • Serviços de TI e de informação (ISIC 61 e 62)

A correspondência entre a classificação ISIC e as estatísticas nacionais foi obtida em IBGE/Comissão Nacional de Classificação-CONCLA (CNAE 2.0 x CIIU/ISIC rev. 4). Veja mais em CNAE 2.0 x ISIC rev. 4.

Inovação Tecnológica

Os indicadores sobre inovação tecnológica aqui apresentados baseiam-se nas informações produzidas pelo IBGE a partir de dois de seus levantamentos: a Pesquisa de Inovação (Pintec) e a Pesquisa de Inovação Semestral (Pintec Semestral).

A primeira, iniciada em 2000 e realizada com periodicidade variável até 2017, é um amplo levantamento de informações sobre as atividades de inovação das empresas sediadas no Brasil, que atendam aos seguintes requisitos:

  • Estar em situação ativa no Cadastro Central de Empresas (Cempre), do IBGE;
  • Ter dez ou mais pessoas ocupadas em 31 de dezembro do ano de referência;
  • Ter atividade principal classificada, na CNAE 2.0, nas seções: Indústrias Extrativas, Indústrias de Transformação, Eletricidade e Gás; Telecomunicações, Tecnologia da Informação, Arquitetura, Engenharia, Testes e Análises Técnicas, e Pesquisa e Desenvolvimento; e outras atividades relacionadas.

A partir da Pintec de 2011, visando seguir mais de perto as recomendações da terceira edição do Manual de Oslo (OCDE, 2005), passaram a ser consideradas apenas as empresas que atendem aos requisitos acima descritos.

A Pintec oferece uma ampla gama de indicadores, mas os contidos neste site limitam-se às inovações implementadas de produto e/ou processo, às atividades de P&D realizadas, aos gastos associados e ao número de pessoas envolvidas com tais atividades.

Pintec Semestral

Para acompanhar os eventos associados à inovação em intervalos menores, o IBGE, em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), introduziu, em 2021, a Pintec Semestral, divulgada como Investigação Experimental.

A Pintec Semestral atinge apenas as empresas industriais com 100 ou mais pessoas ocupadas e realiza duas tomadas ao ano. No primeiro semestre, investiga temas flexíveis que se modificam a cada ano, enquanto no segundo semestre utiliza questionário fixo para consolidar informações básicas sobre a inovação nas empresas.

Os conceitos envolvidos na Pintec Semestral seguem as recomendações do Manual de Oslo, quarta edição (2018). Essa edição amplia o conceito de inovação, incluindo inovações em diferentes funções de uma empresa, o que dificulta a comparabilidade entre as edições anteriores e os indicadores delas derivados.

As dificuldades de comparação entre a Pintec tradicional e a Pintec Semestral são refletidas na adoção de ajustes metodológicos para permitir o uso dos dados sobre dispêndios e recursos humanos em P&D disponibilizados pela Pintec de 2017 e pela Pintec Semestral de 2022.

Referências Bibliográficas